Lembre que os asanas somente são Yoga quando se fazem com consciência e cultivando o desapego em relação ao corpo.
O asana é um meio para se conseguir meditar em paz, e não um fim em si mesmo. Não tente se concentrar no que você não consegue fazer: focalize sua atenção no que lhe resulta possível hoje. Leve em consideração que as fronteiras da flexibilidade e do alongamento mudam continuamente.
Permaneça atento para perceber as mudanças na paisagem interna ao longo da prática. O asana revela as dificuldades do corpo, mas é ao mesmo tempo a ferramenta para corrigir aquelas que podem ser superadas, ou aceitar as que não podem ser mudadas.
A precisão no movimento associada à acuidade na observação, desnudam o corpo, que fica transparente como o cristal. Um corpo capaz de revelar-se, sem culpas nem medos. A dor física que pode surgir na prática tem dois diferentes aspectos: um aspecto está vinculado ao corpo; o outro, às emoções. É preciso saber distinguir essas duas fontes de dor. Dentro da dor física, é preciso separar a construtiva da destrutiva. A dor construtiva é a que você sente quando trabalha e fortalece a estrutura ósseo muscular.
A dor destrutiva é a que se sente dentro das articulações, ou quando nervos são comprimidos. Mantenha o equilíbrio e a equanimidade. Evite deixar-se arrastar pelo falatório da mente enquanto estiver praticando. Seja pragmático e eficiente. Não se enrole. Evite distrair-se. Evite ficar tenso na postura. Relaxe no esforço, como ensinou Patañjali. Mantenha o corpo firme, mas não duro. Leve, mas não mole. Aprenda a ouvir o diálogo entre o corpo e o asana. Lembre que não existem posturas perfeitas. Adapte as posturas a seu corpo.
Nunca faça o contrário, pois isso é violência. Nos asanas e na vida, na medida em que a consciência se expande, aprendemos a identificar os momentos em que começamos a sair do estado de equilíbrio, e assim adquirimos a habilidade de corrigir o rumo antes que o desequilíbrio se manifeste. Respire sempre em ujjayi pranayama, se isso for possível. Use os drishtis, pois eles aumentam a consciência do corpo no espaço. Lembre que os bandhas (mula e uddiyana) surgem naturalmente quando há alinhamento profundo. Mantenha essas contrações todo o tempo.
A respiração não deve ser nem muito lenta, nem muito rápida. Ela deve ser eficiente, sem forçar nem fazer demasiado ruído (mesmo em ujjayi). O movimento do corpo deve ser adaptado ao movimento respiratório, e não o contrário. A uniformidade da respiração determina se podemos permanecer na postura, ou devemos sair dela. Quando você se descobre retendo a respiração em situações difíceis, é preciso tomar consciência de que esta tendência a segurar o ar e um reflexo da identificação com suas próprias limitações e medos. Na prática, assim como na vida, ofereça sua respiração ao oceano do ar.
Aliás, leve em consideração que foi no oceano do prana que ela nasceu. Ofereça seu esforço ao oceano da existência, repetindo mentalmente “namah, namah, namah”, ao praticar.
Fonte: yoga.pro.br
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