segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Chakras e Emoções



Tudo o que somos é o resultado do que pensamos, é baseado em nossos pensamentos, é feito de nossos pensamentos. Se um homem fala ou age com um mau pensamento, o sofrimento o persegue, como a roda da carroça persegue o casco do cavalo que a puxa, se um homem fala ou age com um pensamento puro, a felicidade o persegue como sua sombra que nunca o abandona.”  (Dhammapada)



Por Pedro Kupfer
Ficando atentos à atividade mental, verificaremos a presença dos vrittis, vórtices da atividade consciente que se formam de acordo com nosso samskara, dando origem aos pensamentos e à vida consciente e subconsciente.
Os vrittis podem comparar-se às ondas que se formam na superfície da água quando cai uma pedra nela. São transmissíveis (pior que qualquer vírus, pois contagiam-se até por telefone!): esse é o motivo pelo qual sempre estamos atraindo pessoas no nosso mesmo nível vibracional.



O corpo funciona como um receptor de prana cósmico, captando energia do ambiente através dos chakras, que vibram em consonância com o samskara de cada um.
Samskara é o conjunto das tendências subconscientes, de caráter inato e hereditário, principal causa dos condicionamentos humanos. Vasanas são os desejos que funcionam como força motriz dos pensamentos e ações do indivíduo. Os vrittis acionam o sistema glandular, que fabrica os hormônios.
Através das práticas, agindo sobre os centros de força, podemos controlar as propensões da mente e sublimar o samskara.


Fazendo asana e bandha, por exemplo, pressionamos e massageamos as glândulas do sistema endócrino, que estão relacionadas à atividade dos vrittis. As mudanças biológicas causam reações nas outras áreas do ser humano: consciência, mente, emoções e atividade subconsciente.


O linga sharira, ou corpo energético, está relacionado às emoções. Da mesma forma, também, os endocrinologistas sabem que certos desequilíbrios emocionais estão ligados a disfunções glandulares. As glândulas do sistema endócrino atuam em consonância com os sete principais chakras. Cada glândula desempenha um papel no funcionamento do corpo, segregando hormônios e substâncias químicas sob influência do tattva (princípio de realidade) dominante em cada chakra.


A continuação segue com uma relação dos motivos, atitudes e vrittis (positivos e negativos) relacionados a cada chakra e as técnicas que ajudam a fortalecer as propensões boas e sublimar as que não o forem.


Muladhara chakra: Corresponde ao plexo sacro, na base da coluna, e distribui o ar vital chamado apana, estando associado às glândulas supra-renais, que segregam a adrenalina. O tattva do muladhara chakra é prithivi, a terra. Um indivíduo que viva sob a predominância desse chakra tenderá a ser cético e pragmático. Vrittis: ilusão, cólera, avareza, desejo, sensualidade, territorialidade, instinto de sobrevivência, possessividade, temor, preocupação excessiva com o próprio corpo.
Técnicas recomendadas: bija mantra Lam, respiratórios e meditação em siddhasana ou padmasana, mula bandha, contração dos esfíncteres, e asanas de abertura pélvica e força muscular.


Svadhishthana chakra: Assim como o muladhara, distribui o apana. Associa-se às gônadas, as glândulas sexuais, correspondendo ao plexo prostático. Seu elemento é a água, o que determina indivíduos intuitivos, sensíveis e com tendência à introversão.
Vrittis: desdém, estupor, abandono, indulgência excessiva, desconfiança, medo, indiferença, sensualidade, concupiscência, carnalidade.
Técnicas que funcionam para ativar este chakra: bija mantra Vam, mula bandha uddiyana bandha, contração abdominal, padmasana e exercícios de força.



Manipura chakra: Distribui o ar vital samana. Se associa ao plexo solar, ao pâncreas e ao o elemento fogo. Determina indivíduos enérgicos, coléricos ou com disposição para a liderança.
Vrittis: irritabilidade, fascinação, ódio, medo, timidez, crueldade, inveja, ciúme, apego cego, melancolia, letargia, ânsia de poder.
Técnicas que servem para sublimar essas paixões: bija mantra Ram, uddiyana bandha e asanas de torção, extensão e força.


• Anahata chakra: Relacionado ao elemento ar (vayu), ao plexo cardíaco e ao timo, glândula responsável pelo funcionamento do sistema imunológico. O vritti da afeição e do amor estimula positivamente o timo, aumentando a capacidade imunológica. Não é à toa que os chimpanzés batem instintivamente no peito como forma de manifestar alegria: estão massageando o timo. Os laços afetivos fortalecem o sistema imunológico, é por isto que pessoas solitárias podem ser mais propensas a ficar doentes.
Vrittis: arrogância, vaidade extrema, depressão, desespero, egoísmo, avareza, hipocrisia, tendência à discussão, ansiedade, desgosto. No aspecto positivo: esperança, positividade, altruísmo, preocupação para com os outros, contrição, pensamento profundo, amor, afeição, auto-estima, arrependimento. Neste centro já encontramos vrittis relativos a uma consciência mais desenvolvida.
Técnicas recomendadas: bija mantra Yam, bhastrika, uddiyana bandha, flexões e extensões sentado.


• Vishuddha chakra: Está relacionado com o elemento éter (akasha), as glândulas tireóide e paratireóide, que regulam o metabolismo, e o ar vital udana, que distribui energia na área da garganta.
Vrittis e correspondências emocionais: afeto, tristeza, respeito, devoção, contentamento, lamento. Através do massageamento dessas glândulas estimulamos o vishuddha chakra, sede do dom da palavra, a eloqüência, o conhecimento e a clariaudiência.
Nesse sentido, todas as técnicas que atuem sobre estas glândulas são válidas: bija mantra Ham, pranayamas com jihva bandha, a contração da língua, extensões deitadas e posturas invertidas sobre os ombros.


• Ajña chakra: É o berço da intuição, do pensamento, do conhecimento, do orgulho intelectual, da soberba e dos fenômenos paranormais como clarividência e telepatia, correspondendo aos tattvas manas, buddhi e ahamkara (a mente racional, a mente superior e o eu nocional). Está ligado ao plexo cavernoso e à glândula pituitária (hipófise), que segrega a endorfina (hormônio 200 vezes mais forte que qualquer tranqüilizante). A prática de samyama estimula a secreção de endorfina, causando uma agradável sensação de bem-estar.
Vrittis: relaciona-se com determinação e força de vontade, autocontrole, paciência, capacidade de perdoar e bem-aventurança. Técnicas recomendadas: vocalização do japa Om, pranayamas com jihva bandha, a contração da língua, kapalabhati, o sopro lento, shirshasana e sarvangasana, inversões sobre a cabeça e os ombros.


• Sahasrara chakra: Relaciona-se ao primeiro tattva, o Purusha (princípio imutável do ser), ao plexo cerebral e à glândula pineal (epífise), produtora da melatonina, substância que regula o sono e os ritmos biológicos. Sensível à luz, essa glândula funciona durante a noite, quando aumenta o nível de melatonina no corpo, favorecendo uma mente mais internalizada. A máxima secreção se dá entre meia-noite e 3 horas da madrugada, a melhor hora para fazer trabalhos intelectuais que envolvam criatividade. Técnicas: bija mantra Om, kapalabhati, shirshasana, meditação sobre o centro do alto da cabeça.


Fazendo uma auto-análise, veremos que, em princípio, todos possuímos em potencial os dois aspectos de cada emoção: amor/ódio, confiança/medo, desapego/ciúme, etc.


É preciso cultivar emoções e pensamentos positivos, a fim de sublimar aqueles que não o sejam, já que as emoções negativas fazem o corpo segregar adrenalina e outras substâncias que acabam por intoxicar-nos.



As três emoções mais negativas são o medo, o ciúme e o ódio. Para combatê-las, sugerimos três práticas (descritas em outros artigos) e outros recursos que você poderá utilizar no momento em que essas emoções estiverem tirando-lhe do seu centro.


Aulas de Hatha Yoga

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